No Dia Mundial dos Oceanos, o Google nos presenteia

Crédito: Greg McFall.

Como bom oceanógrafo que sou, é claro que acho que o  Dia Mundial dos Oceanos – hoje, 8 de junho – deve ser muito comemorado. (Ainda mais que acabei descobrindo que hoje é também o Dia do Oceanógrafo!)

Muitas matérias e especiais apareceram em diversos veículos, como a National Gegraphic ou como a galeria de imagens da NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration. Porém, algo que realmente me chamou a atenção foi a importância dada pelo Google ao dia de hoje.

Como as notícias sobre os oceanos estão aparecendo cada vez mais por aí, muitos já devem ter ouvido falar que nós conhecemos mais sobre o espaço do que sobre o fundo do mar. Assim, hoje o Google anunciou que firmou uma parceria com a Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, para aumentar o terreno submarino disponível no Google Earth. Com os dados topográficos do do Global Multi-Resolution Topography, o fundo marinho ganha uma nova área explorável maior do que a América do Norte, segundo o Blog do Google.

Os dados são provenientes de mais de 500 cruzeiros em mais de 20 anos de trabalho.

Abaixo estão dois vídeos apresentados pelo Google para um tour pelo fundo do mar no Google Earth. O primeiro vídeo mostra um passeio por algumas regiões, alguns montes marinhos e canyons. Já o segundo é focado em fontes hidrotermais – também conhecidas como fumarolas que são estruturas presentes no fundo marinho pelas quais material vulcânico – como lava, gases e água quente – é expelido.

Pesquisadores mandam robôs para baixo do gelo na Antártida

Um equipe de cientistas, financiados pela National Science Foundation, dos Estados Unidos, utilizou dois robôs 1KA Seagliders iRobot em uma missão de dois meses para coletar informações e dados sob o gelo da Plataforma de Ross, na Antártida.

O robôs funcionam com um sistema de controle de empuxo que utiliza um sistema de fluxo de óleo para controlar sua densidade e, portanto, sua flutuabilidade. As máquinas possuem autonomia de 10 meses debaixo da água e podem mergulhar a profundidades de até 1000 metros.

Os robôs coletaram informações como teperatura, salinidade e quantidade de fitoplâncton, comunicando-se com os pesquisadores por meio de GPS. Este mesmo tipo de robô foi utilizado no Golfo do México, no ano passado, para monitorar a mancha de óleo proveniente do acidente com a plataforma de petróleo da British Petroleum.

Pesquisadores preparando o lançamento do 1KA Seaglider. Crédito: Vernon Asper.

Fonte: Technology Review.

Shell construirá o maior objeto flutuante do mundo

A nova plataforma flutuante da Shell possibilitará o acesso a campos de exploração em grandes profundidades Crédito: Divulgação.

A Shell anunciou ontem que pretende criar o maior objeto flutuante (leia-se plataforma flutuante) já feito pelo homem. O projeto Prelude FLNG tem como objetivo a construção de um navio para a exploração de campos petrolíferos offshore para a extração de gás natural liquefeito.

A nova plataforma irá atuar, inicialmente, no campo Prelude da Shell, na costa australiana. Ela foi desenvolvida para suportar os ciclones tropicais da região, além de ter uma autonomia de 25 anos atracada em um único lugar, antes de precisar voltar à costa para inspeção.

A plataforma terá 488 metros de comprimento, 74 metros de largura e irá provocar um deslocamento de cerca de 600 mil toneladas de água.

Para se ter uma ideia das dimensões da plataforma, a Shell montou um diagrama comparativo entre ela e outras estruturas famosas por seu tamanho, como a Petronas Towers, na Malásia, e o Burj Khalifa, em Dubai.

Imagem comparativa entre a nova plataforma e os edifícios mais famosos do mundo. Crédito: Divulgação.

Fonte: Shell.

Mergulhadores tiram fotografias da fenda entre placas tectônicas

Confesso que esta notícia está na minha lista de ideias para posts há alguns dias. Andei meio sem tempo, mas as fotos fazem valer a pena o esforço.

O site do jornal britânico The Daily Mail publicou algumas imagens feitas pelo mergulhador britânico Alex Mustard, de 36 anos. Por incrível que possa parecer, Alex só precisou mergulhar até cerca de 24 metros de profundidade para tirar estas fotografias incríveis.

O local fica entre as placas da América do Norte e da Eurásia, no Hemisfério Norte, próximo à Islândia, que é uma ilha formada por uma porção emersa da Cordilheira Meso-Atlântica.

Sem mais detalhes, vale a pena conferir.

Crédito: Alex Mustard/Solent

Crédito: Alex Mustard/Solent

Crédito: Alex Mustard/Solent

Como está Chernobyl 25 anos depois

Texto reproduzido na íntegra do site Geek.com.br.

No aniversário de 25 anos do acidente nuclear mais famoso do mundo, o retrato de Chernobyl de hoje mostra o poder e os efeitos da radiação.

Por Daniel Pavani

Em 26 de abril de 1986, explodia o reator nuclear da usina de Chernobyl, no norte da Ucrânia, causando o que seria o maior e mais deletério acidente nuclear da história. Hoje, exatos 25 anos depois, pouca coisa mudou com relação à radiação e ao isolamento da região, que se tornou uma “cidade fantasma”.

A explosão ocorreu na madrugada do dia 26 matando imediatamente quase todos os funcionários da usina. Os funcionários que sobreviveram à explosão, os encarregados do resgate e da limpeza imediata do local e muitos outros habitantes da região acabaram por morrer mais tarde devido aos efeitos da radiação – em geral, câncer.

Atualmente, a zona de exclusão possui um raio de 30 km a partir da usina e é estritamente proibido o acesso ao local. Mesmo assim, jornalistas da BBCconseguiram entrar, no início de abril, e mostram um vídeo (goo.gl/GXCQe) da situação em Chernobyl. Salas de controle destruídas e com o nível de radiação ainda muito alto, parques de diversão de crianças abandonados na cidade, prédios, escolas; tudo formando uma verdadeira cidade fantasma.

Visão do estado da sala de controle do reator que explodiu, 25 anos depois. Crédito: Reprodução/BBC.

O acidente na usina nuclear de Fukushima (goo.gl/rKQOG), no Japão, em março de 2011 trouxe à tona os acontecimentos de Chernobyl. Entretanto, mesmo que se comparem os acidentes, o que ocorreu na ex-União Soviética teve proporções muito maiores. Por muitas razões, que vão desde políticas (como a URSS tentar encobrir o ocorrido) até tecnológicas, a limpeza do local e a contenção da radiação foram muito menos eficientes.

Os técnicos que trabalharam em Cheynobyl não tiveram como conter a radiação que foi dispersada pela atmosfera, atingindo áreas bastante afastadas do local do acidente. Material radioativo foi espalhado por todo o Hemisfério Norte, tendo se tornado, inclusive, um marcador cronológico para estudos geológicos e oceanográficos, por exemplo.

Diversas obras foram feitas para a construção de um abrigo para isolar o reator e o material radioativo que ainda oferece riscos enormes para toda a região. O material radioativo que vazou no derretimento do reator nuclear tem uma meia-vida muito maior que o tempo de uma geração humana e, sendo assim, não são 25 anos que irão apagar os efeitos da radiação para a região.

Laurin Dodd, responsável pelo projeto de um abrigo para a usina, conta que a situação pode parecer estável e controlada por fora, mas que a radiação ainda é muito alta dentro da usina. Há planos de construção de um novo abrigo, que poderia isolar a radiação por mais 100 anos, possibilitando uma tentativa de revitalização da região devastada pelo acidente.

O que restou de uma sala de aula em Chernobyl. Crédito: Sergei Supinski/AFP/Getty Images.

A página da revista Time mostra um galeria de fotos (goo.gl/ff8sw) que retratam muito bem o estado da região da Chernobyl atual. Quando se entende as reações nucleares (entenda aqui: goo.gl/TdJ4Y) e os efeitos da radiação, fica mais fácil entender o que aconteceu tanto na usina da ex-URSS quanto em Fukushima e o quão importantes são as medidas de segurança e prevenção de acidentes.


Uma ilha feita de material reciclado

Pelo menos esta é a ideia do arquiteto holandês Ramon Knoester. Se tudo der certo com sua visão, a ilha será do tamanho do Havaí, será abastecida por energia solar e totalmente construída com o lixo presente no Oceano Pacífico.

A ilha feita de material reciclado é a ideia do arquiteto holandês para lidar com o lixo presente nos oceanos. Fonte: Discovery News.

Na página da Recycled Island, Knoester afirma que a ideia tem três objetivos principais: limpar o oceano de uma quantidade tão grande de lixo; criar uma ilha artificial; e construir um ambiente sustentável.

O problema do plástico nos oceanos não é novidade e ele afeta incrivelmente a vida marinha, já que muitos animais, desde pequenos peixes a tartarugas podem confundí-lo com alimento. Isso pode causar sérios danos aos organismos, podendo levar à morte direta ou mesmo por inanição.

Neste aspecto, é muito interessante ver alguém de outras áreas do conhecimento pensando em formas de resolver estes problemas.

Na página da Discovery News há um vídeo [em inglês, sem legenda] em que os pesquisadores contam um pouco mais sobre o problema do lixo nos oceanos do planeta.

 

 

Pesquisadores acreditam que algas podem ajudar nos problemas de Fukushima

A tragédia na usina nuclear de Fukushima preocupou não somente os japoneses, mas o mundo todo neste mês de março. Os resíduos radioativos são a principal preocupação agora e especialistas procuram por medidas adequadas para resolver este problema.

O site da revista Nature publicou no último dia 30 que pesquisadores acreditam que a capacidade de algumas algas em distinguir estrôncio de cálcio pode ajudar a lidar com estes resíduos.

A alga Closterium moniliferum chamou a atenção da pesquisadora Minna Krejci, da Universidade Northwestern, no estado de Illinois, nos EUA, por sua capacidade de extrair estrôncio da água e precipitá-lo na forma de cristais. Este fato é particularmente interessante pois esta espécie poderia retirar o Estrôncio-90 de regiões contaminadas por resíduos radioativos.

Imagem da alga Closterium moniliferum e seu formato de crescente. Fonte: Nature.com.

O Estrôncio-90 (Sr-90) possui uma meia-vida de 29 anos é um isótopo radioativo muito perigoso pois ele substitui o Cálcio nos ossos, já que ele possui propriedades físico-químicas muito similares a este elemento.

A alga não possui interesse algum em estrôncio, mas sim no Bário (com tamanho também similar), e o que acontece é que ela acaba precipitando cristais de bário, mas muito enriquecidos de estrôncio.

Krejci agora estuda maneiras de utilizar esta capacidade da alga de um forma que contribua para a limpeza de ambientes que sofreram algum tipo de impacto radioativo, como a região de Fukushima.